Oficialmente,
a história da humanidade está repleta de exemplos de grupos de humanos que
escravizaram outros grupos de humanos considerados inferiores aos humanos que
os escravizaram. No Brasil, por exemplo, a escravidão das pessoas de pele negra
infligida pelas pessoas de pele branca durou cerca de trezentos anos em termos
legais, mas essa escravidão só durou tanto tempo porque as pessoas daquela
época eram ensinadas, doutrinadas, com uma forte base religiosa, a receber e a
digerir a absurda ideia que homem negro nasce para servir ao homem branco, inclusive
como escravo, baseando-se, sobretudo, numa muito polêmica informação que o
homem branco possui uma capacidade intelectual muito maior que a do negro ou a
do índio. Guardando as devidas proporções, algo essencialmente similar acontece
hoje em dia em relação à escravidão dos animais que tracionam carroças e a no
que diz respeito à assustadora indiferença da maior parte da população humana,
e portanto uma substancial cumplicidade, frente a esse sistema cruel e medieval
de transporte. Eu acredito com firmeza, por exemplo, que a maior parte da
população adulta de Campina Grande é totalmente a favor do fim imediato da
escravidão dos animais de tração, à condição que não debilite ainda mais a já
tão débil situação financeira dos carroceiros; mas o que falta para que essas
pessoas, que sofrem, em grau maior ou menor, diante dessa realidade vergonhosa para
as cidades que ainda insistem em tolerar a escravidão dos animais de tração e a
de tantos outros animais não humanos, deixem de tanto hesitar e engajem-se substancialmente na luta
para pôr fim a esse sistema tão perverso de transporte. Talvez seja saber
certos detalhes especialmente macabros que decorrem, na prática, quase sempre
desse nosso sistema insano de transporte: A maior parte dos cavalos e jumentos
que se mostram incapacitados para continuar a tracionar as carroças dos
carroceiros, e que estão vivos, são abandonados à própria sorte, e dentre estes,
a maior parte acaba sendo, após muitos anos de tortura devido ao trabalho
escravo e à má alimentação, como “recompensa”, são assassinados de modo tão
perverso em matadouros clandestinos ou legalizados, que penso que causa muito
orgulho e muita inveja ao satanás ao constatar tais ações humanas, com a
cumplicidade de grande parte da população humana que foi doutrinada a achar
aceitável tais aberrações do comportamento humano.
Por quê será que o ser humano é a
única espécie de mamífero que escraviza outra espécie de mamífero? Por quê a
pessoa deve aceitar sem reservas a ideia diabólica de que animais que possuem
uma capacidade intelectual bem menos avantajada que a do ser humano, tornam
estes suscetíveis de serem escravos dos seres humanos? A pessoa que aceita
essas ideias também está sendo manipulado, em certo aspecto, similar à
manipulação infligida aos animais não humanos. Você que ainda tolera a
escravidão dos animais de tração, saia da fila dos cegos para poder ver algo
oposto e revolucionário em relação ao que você foi manipulado a perceber e a
ver até então, mesmo porque, no fundo de seu ser você percebe, se você parar um
pouco e deixar vir à tona esse sentimento sublime, divino, que a escravidão é
algo injusto e que é danoso tanto ao animal escravizado quanto ao ser humano
que ainda insiste em infligir esses atos diabólicos.
Johanns de
Andrade Bezerra
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